domingo, 27 de outubro de 2013

Quando criança...

Desde criança eu nunca gostei muito da idéia de brincar “de casinha” como a gente chama. Nas brincadeiras que eu fazia com meus primos eu sempre era a médica, a secretária, a corretora de imóveis, a tia que chegava de viagem com muitos presentes... Pouquíssimas vezes eu fui da familia principal, tipo a mãe ou o pai ( sempre fui uma das maiores então não dava pra ser uma das filhas). O tempo foi passando e a vida imitou essa época, até hoje não me vejo casando e nem tendo filhos. Passei de primeira no vestibular pra administração e depois de quatro anos e meio eu decidi que gerenciamento não é meu futuro e próximo ano eu decidi fazer design de produto.

Mas Carla, por que você tá dizendo tudo isso? Por que como eu sempre coloquei o lado profissional antes do pessoal, eu adquiri hábitos de uma pessoa que manda nos outros e não de quem é mandado. Isso modificou minha personalidade de tal forma que me fez abandonar um emprego estável com um salário razoável, pra trabalhar com o meu irmão na padaria. Hoje eu ganho bem menos e trabalho bem mais, ou pelo menos o esforço físico é maior. Mas no final do dia eu vou pra casa sem me preocupar se eu estou com trabalho acumulado(até por que em uma padaria não tem como acumular), ou se meu chefe tá de bronca comigo. Hoje eu vou pra casa mais satisfeita por que a senhorinha da rua de baixo sobe 4 quarteirões e passa por duas padarias por que ela diz que o nosso pão é melhor ou por que tem gente que encomenda 30 pães de queijo por que sabe que se for buscar mais tarde não vai ter mais. Hoje eu tenho a satisfação de dizer que quando alguém gosta de algo que eu ou que a gente faz lá na padaria é por que foi realmente, literalmente, feito pela gente.



Eu to dizendo isso por que há algum tempo eu emprestei meu ombro pra uma amiga e ela descarregou três anos de frustração devido a um emprego que ela não gosta. Aí você me pergunta por que ela já não saiu dele. E eu respondo o mesmo de sempre: medo.

Quantas pessoas você não conhece que gostaria de abrir o próprio negocio? Quantas você sabe que são infelizes mas o receio de jogar tudo pro alto é maior do que a vontade de mudar de vida?

As vezes tudo parece realmente calmo demais e deixar de lado um emprego estável na economia que vivemos parece coisa de doido. Mas será que ficar feliz fazendo uma coisa que a gente gosta não é melhor? Já pensou que aquela sua idéia meio louca pra uma lojinha modesta no centro da cidade pode ser exatamente o que o mercado precisa e que tudo o que você tem que fazer, é arriscar?

Por vezes deixamos o medo comandar nossas vidas e acabamos crescendo num ambiente não agradável na tentativa de “colher os frutos”... bom, eu não quero colher meus frutos na velhice por que sinceramente meu tempo é agora e não dá pra adiar satisfação ou felicidade.

Já pensou o quanto sua vida pode mudar com uma escolha bem feita??? Maluca sim, mas bem feita?

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